sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Casos da doença de Haff têm crescimento de 206% na Bahia

O número de casos da doença de Haff, também conhecida como a “doença da urina preta”, teve um crescimento 206% na Bahia, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do estado. Neste mês, o órgão contabiliza 40 casos da doença, enquanto 19 casos haviam sido registrados até novembro do ano passado.

Outros dois casos suspeitos foram notificados durante esta semana e estão em investigação. A doença de Haff é geralmente associada ao consumo do peixe olho de boi. No entanto, em 25% dos casos atuais, a Sesab não conseguiu comprovar a espécie que provocou a doença.

As causas da infecção ainda são pouco conhecidas. A doença de Haff é uma síndrome de rabdomiólise (ruptura de células musculares) sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema dor e rigidez muscular, dor torácica.

Além disso, ela também causa falta de ar, dormência e perda de força em todo o corpo, além da urina cor de café, associada a elevação sérica de da enzima CPK, associada a ingestão de pescados. Os caso que já apareceram foram confirmados em Camaçari, Dias D'Ávila, Entre Rios. Ainda não há detalhes sobre as cidades em que apareceram os novos casos. O médico infectologista Antônio Bandeira explica a importância da continuidade das pesquisas para identificar o que causa a doença.

“O peixe olho de boi foi o mais implicado no desenvolvimento da síndrome de Haff. A gente viu isso em 2016 e está vendo isso agora. Existem alguns casos que saem um pouco, por isso é fundamental a continuidade das pesquisas em relação à questão marinha, porque provavelmente deve ter alguma situação que envolvam algas, que podem, excepcionalmente, ou menos frequentemente, envolver outros tipos de peixe”

O aumento dos casos entre janeiro e fevereiro pode ter ligação com o verão, quando as pessoas tendem a aumentar o consumo de peixes na Bahia. Segundo Bandeira, esse mesmo comportamento foi notado em 2016, quando os primeiros casos apareceram no estado.

“Esse aumento a gente viu em 2016, que corresponde exatamente a esse período, de dezembro, janeiro e fevereiro. Então nesse período realmente, quando acontecem esses casos, a gente vê que eles acabam se concentrando nesses meses. O que se espera a partir de agora é que se tenha realmente uma caída e, provavelmente a partir de março, abril, a gente tenha muito pouca notificação desses casos”, avaliou.

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