Durante uma sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo em parceria com o UOL, candidatos à prefeitura de Salvador citaram dados falsos sobre saúde e gestão de recursos. Os dados foram chegados pela Agência Lupa, nesta segunda-feira (19). Participaram das entrevistas os candidatos Bruno Reis (DEM), Pastor Sargento Isidório (Avante), Major Denice (PT) e Olívia Santana (PCdoB).
Bruno Reis
Durante a sabatina, o candidato disse que “todas as empresas prestadoras de serviço desta prefeitura são contratadas mediante realização de concorrência pública”. Contudo, a agência mostrou que apenas 20, dos 545 registros de licitações de janeiro até 15 de outubro deste ano, haviam sido realizados do tipo concorrência. Os dados estão no site de compras da Secretaria Municipal de Gestão. A assessoria do candidato foi procurada pela agência, mas não respondeu.
Pastor Sargento Isidório
Conforme a agência, o candidato exagerou ao apresentar dados durante a sabatina. Na entrevista, Isidório disse que no primeiro ano de mandato destinou R$ 26 milhões ao Fundo Estadual de Saúde, contudo, o Portal da Transparência mostrou que neste ano o candidato destinou R$ 15.840.454 em emendas parlamentares individuais para assistência hospitalar e ambulatorial do estado.
Procurada, a assessoria do candidato afirmou que o valor citado por ele se refere à soma das emendas parlamentares e ainda dos recursos liberados pelo governo federal após um “pedido direto” feito pelo parlamentar.
Major Denice
Conforme a candidata, a avaliação do governador da Bahia, Rui Costa (PT) é superior a 70%, no entanto, a última pesquisa Ibope mostrou que a aprovação do gestor estadual é de 64% de ótima ou boa. Em nota ao portal de verificação, a assessoria da candidata disse que as respostas “estão de acordo com a realidade” e que os erros apontados são “problemas apenas de precisão de informação”.
Olívia Santana
Na entrevista, a candidata afirmou que os casos de dengue subiram 300% e os de chikungunya chegaram a 834% na capital baiana em 2020, no entanto, dados da Secretaria Municipal de Saúde, de 4 de janeiro a 3 de outubro, mostraram que o crescimento nos casos de dengue foi de cerca de 20%, enquanto o de chikungunya foi de 249%.
Em nota enviada ao portal, a assessoria de Olívia alegou que os dados foram retirados de uma matéria publicada pelo jornal Correio em maio. No entanto, apesar de verdadeiros à época, os dados estão desatualizados, isto porque levam em consideração apenas os primeiros meses do ano, de 1 de janeiro a 7 de abril.
E, ainda assim, os dados foram incorretos, já que a reportagem apresenta um número menor para o crescimento das duas doenças, sendo de 169,7% para a dengue e 741,5% para chikungunya.
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