O Ministério Público da Bahia (MP-BA) cumpre na manhã desta quinta-feira (17) mandados de busca e apreensão, além de tentar prender Jair Tércio Cunha Costa, líder religioso e ex-grão-mestre de uma loja maçônica na Bahia. As denúncias foram feitas à Ouvidoria das mulheres, órgão do Conselho Nacional do Ministério Público, e ao Projeto Justiceiras por 14 mulheres que participavam dos encontros da seita de comandada por ele.
Ao todo, o MP-BA já contabilizou 300 relatos de crimes cometidos por ele. Conforme apurou o Metro1, dois dos alvos são a unidade da Fundação Ocidemte, em Stella Maris, e uma das casas da família de Jair Tércio, na Ribeira. Ele não foi encontrado no endereço que disse que estaria. Caso não se apresente ainda nesta quinta-feira, Jair Tércio será tido como foragido.
O “guru espiritual” foi denunciado por violação sexual mediante fraude e relação sexual com menor de 14 anos, incorrendo assim no crime de estupro. A operação conjunta dos Grupos de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e de Defesa da Mulher e da População LGBT (Gedem) do MP e da Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil, por meio do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) e da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
A denúncia apresentada hoje pelo MP se baseou em investigação que mostrou “veementes indícios de cometimento de crimes de violência de gênero”. De acordo com as apurações, o investigado se autoproclamava um ser iluminado e se inseria em ambientes sociais, onde fazia um trabalho preliminar, rotulado como "despertar do ser humano”, para, então, aproveitando-se da relação de confiança adquirida e submeter as vítimas a atos de violência de ordem sexual, moral e psicológica.
Uma das vítimas é a pedagoga Tatiana Badaró, que coordena as denúncias e promove o acolhimento de vítimas de abusos por líderes religiosos. Em denúncia veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo, e depois repercutida na Metrópole, ela narrou que sofreu com a influência de Jair Tércio por 12 anos.
Em nota divulgada em seu site, a Fundação Ocidemte afirma desde o ano de 2017, Jair Tércio não exerce mais nenhuma função ou atividade na instituição, e nem em suas unidades parceiras.
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