Ao menos quatro partidos são suspeitos de simular reuniões para definir os critérios de distribuição do bilionário fundo eleitoral, a maior fonte de recursos públicos para os candidatos a prefeito e vereador. Um levantamento da Folha de S. Paulo identificou trechos idênticos nas atas entregues ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por essas legendas.
O PSL, por exemplo, terá neste ano direito à segunda maior quantia do fundo, quase R$ 200 milhões, por ter recebido uma expressiva votação nas eleições de 2018. A ata da reunião em que o partido do deputado federal Luciano Bivar (PE) teria definido as diretrizes para distribuição dos seus recursos, datada de 3 de junho de 2020, relata uma situação que se assemelha nos mínimos detalhes, com praticamente as mesmas palavras e os mesmos erros de português, a uma descrita na reunião do PL, com data de realização de quase um mês antes, 13 de maio. As sedes dos dois partidos são vizinhas e ficam no nono andar de um dos principais prédios de escritórios de Brasília.
Além do caso do PSL e do PL, o jornal também identificou que o Partido da Mulher Brasileira (PMB) entregou ao TSE uma resolução em que estabelece como critérios de distribuição de seus recursos os mesmos já apresentados à Justiça Eleitoral pelo Solidariedade, com as mesmas 79 palavras, respectivas pontuações e uma vírgula colocada exatamente no mesmo local indevido.
O fundo eleitoral distribuirá R$ 2,035 bilhões na eleição de 2020. Para que cada um dos 33 partidos políticos receba a sua fatia, é preciso que ele reúna seus dirigentes e aprove uma resolução estabelecendo os critérios que irá utilizar para repassar a verba pública aos candidatos. Após isso, a documentação deve ser encaminhada ao TSE, além de fazer ampla divulgação em seus canais de comunicação.
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