terça-feira, 28 de julho de 2020

Vivo, Claro e TIM aumentam oferta pela telefonia celular da Oi

A Telefônica, dona da Vivo, informou na noite desta segunda-feira que seu Conselho de Administração aprovou a prorrogação e revisão da oferta vinculante para aquisição do negócio móvel do Grupo Oi, em conjunto com a TIM e a Claro. A nova proposta é de R$ 16,5 bilhões. A TIM também divulgou o mesmo comunicado ao mercado.  De acordo com a Oi, o preço mínimo da operação de telefonia móvel com 34 milhões de clientes é de R$ 15 bilhões.

"Tal proposta conjunta, considera, adicionalmente, a possibilidade de assinar com o Grupo Oi, contratos de longo prazo para uso de infraestrutura. A oferta vinculante revisada foi submetida pelas partes, sendo sujeita a determinadas condições, especialmente a seleção das ofertantes como primeiro proponente, com o direito de oferecer valor maior do que eventual proposta apresentada por terceiro no processo competitivo de venda do negócio móvel do Grupo Oi", informaram Vivo e TIM em comunicado.

Na semana passada, a Oi informou  que havia fechado um acordo de exclusividade com a Highline para negociar a venda de suas operações de telefonia celular. O comunicado representou  uma reviravolta nas negociações para venda de ativos da Oi.  

A reação das rivais na noite desta segunda-feira já era esperada pelo mercado, segundo fontes. TIM, Vivo e Claro, haviam se unido para fazer uma proposta  pela operação móvel da tele carioca no início deste ano. No ano passado, o BTG avaliou a Oi móvel em R$ 20 bilhões.

Segundo fontes, a Highline, da gestora americana Digital Colony, havia oferecido valor acima dos R$ 15 bilhões. Por isso, agora, as rivas aumentaram o preço da oferta.  A Highline  já tinha feito proposta para comprar por R$ 1,076 bilhão pela unidade de torres da Oi, outro ativo à venda.

Mas, observou uma fonte, a Highline tem exclusidade com a OI até o próximo dia 3 de agosto, mas pode ser prorrogado.  A estratégia da Highline, que no Brasil é dona de infraestrutura de telecomunicações, seria comprar a operação móvel da Oi e, por meio de leilão, vender os quase 34 milhões de clientes da empresa. Uma das possibilidades na mesa é fechar o acordo com a mineira Algar.

Em seguida, o fundo dos EUA alugaria as frequências móveis da Oi para as companhias do setor, atuando no chamado “mercado de atacado”, segundo fontes. Mas a estratégia é criticada pelas rivais, de acordo com fontes a par das discussões. A tese é que o “regulamento não prevê atuação unicamente no atacado” para uma empresa de serviço móvel pessoal (SMP).

Assim, segundo essa fonte, haverá pressão no lado do governo, com questionamentos, de que a Agência Nacional de Telecomunicações “não pode mudar a regra no meio do jogo”. Segundo uma fonte no governo, o tema ainda sera discutido pois o modelo não prevê essa possibilidade.

Segundo a Vivo, a "revisão da oferta vinculante reafirma o interesse da companhia em relação à aquisição dos ativos móveis do Grupo Oi, bem como em contribuir com a continuidade do desenvolvimento da telefonia móvel no país, considerando a larga experiência global que possui no setor de telecomunicações e o profundo conhecimento do mercado brasileiro".

Em fato relevante, a tele espanhola e italiana afirmaram  que a "oferta  conjunta, caso aceita e caso seja vencedora, trará benefícios a seus acionistas através da aceleração de crescimento e geração de eficiências, a clientes através de melhoria na experiência de uso e qualidade do serviço prestado".

A Vivo lembra ainda que a "oferta também endereça as necessidades financeiras do Grupo Oi, de amplo conhecimento do mercado em geral, para que este possa implementar seu plano estratégico e atender seus credores". (O Globo)

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