sexta-feira, 31 de julho de 2020

Indígenas do sul e extremo sul da Bahia fecham aldeias para diminuir casos de Covid-19

Algumas aldeias indígenas que ficam no sul e extremo sul da Bahia estão fechadas como medida para conter o avanço do novo coronavírus. Na maioria das localidades, a presença de visitantes está suspensa e só é permitido a entrada de indígenas com máscaras. As informações são do G1-BA.

Dados divulgados pelo Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) apontam que 90% dos indígenas com Covid-19 na Bahia moram nas cidades do sul e extremo sul, regiões que concentram as maiores populações de índios de todo o estado. Segundo informações do DSEI, em toda a Bahia, 119 indígenas foram confirmados com o novo coronavírus. Dois morreram.

Em Coroa Vermelha, maior aldeia urbana do país, que fica em Santa Cruz Cabrália, extremo sul da Bahia, 58 índios já tiveram Covid-19, mas desses, 31 estão curados. A aldeia também registrou a morte do idoso Valmir Nunes, de 68 anos, que precisou serentubado e não resistiu.

O indígena Timbira Pataxó foi diagnosticado com a Covid-19 e precisou ficar internado por uma semana na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Baianão, em Porto Seguro. Após o período, ele foi transferido para a UPA do distrito de Arraial D'Ajuda, onde ficou por alguns dias. Agora, ele já está recuperado da doença.


A coordenadora do Distrito Sanitário da Saúde na Bahia, Luzia Pataxó, informou que quando um indígena apresenta sintomas da doença, o primeiro atendimento é feito nos postos de saúde dos municípios e se o caso for agravado é encaminhado para regulação do estado.

Recentemente, as equipes da Secretaria Especial de Saúde Indígena que dão apoio aos índios, recebeu medicamentos, equipamentos e EPI’s do Ministério da Saúde para fazerem o bloqueio de casos da doença com segurança.

"A equipe está atuante e, comparando com outras regiões, nos sentimos aliviados, porque está 'controlado' o coronavírus nas aldeias da Bahia. Aumentaram duas equipes, e elas estão aqui na região pra ajudar na prevenção", disse Luzia.

Por causa da pandemia, o turismo na região foi suspenso e muito indígenas que viviam da venda de comidas e artesanato aos visitantes ficaram sem renda.

O artesão Ubiratan Pataxó teve a ideia de lançar a campanha "Syratã Matxó", que significa "Jesus Abençoe" na internet. A ação, que contou com apoio de artistas como Christiane Torloni e Lázaro Ramos, já arrecadou cestas básicas e máscaras caseiras que beneficiaram centenas de famílias que vivem na aldeia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário