segunda-feira, 13 de julho de 2020

Cresce na Europa pressão contra produtos brasileiros

De terno e gravata, o presidente Jair Bolsonaro segura um gigantesco palito de fósforo aceso e ri, enquanto a floresta queima a fundo. "Boicote Bolsonaro", diz o título no site de campanha homônima – que até as 20h desta sexta (10) já tinha sido assinada por 384.704 pessoas.

Lançada pela Campact!, a ação pede que supermercados europeus parem de comprar alimentos brasileiros de empresas que "queimam a floresta com a maior crueldade dos últimos dez anos". "Apenas a pressão econômica ajuda", diz o texto da campanha, que se dirige nominalmente a grandes redes europeias como Aldi Nord, Edeka e Lidl.

As companhias não ficam surdas. "Só adquirimos carne fresca do Brasil de matadouros que aderiram ao Acordo sobre Bovinos. Podemos descartar qualquer associação com o desmatamento da Amazônia", escreve a alemã Aldi Nord em sua Política de Compras de Produtos Animais.

O documento garante também que mercadorias brasilei- ras vendidas em suas lojas "levam em consideração aspectos sociais como trabalho forçado, direitos dos povos indígenas e proteção das reservas".

A questão fundiária é a preocupação prioritária de ações europeias recentes, mais especificamente o projeto de lei 2.633/2020, que facilita a regularização fundiária no país, apelidado de "Lei da Grilagem".

Em maio, 40 grandes empresas europeias de varejo mandaram carta ao Congresso dizendo que deixariam de comprar produtos brasileiros se o texto for aprovado.

Elas afirmam que, ao legalizar a produção privada em terras públicas, a proposta "encoraja mais invasões e incentiva o desflorestamento".

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