No momento em que o Centrão recebe cargos no governo federal, o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto rechaçou, em entrevista publicada hoje (14) no Estadão, o bloco parlamentar que hoje dá sustentação ao Palácio do Planalto. Embora seu partido ocupe o maior número de ministérios e ganhe cada vez mais espaço no segundo escalão do governo federal, Neto disse que o Democratas não faz parte do Centrão. “Os quadros do partido que estão no governo foram escolhidos por Bolsonaro”, afirmou.
"Me inclua fora dessa. Nós não integramos o Centrão. O Democratas deixou claro ao presidente da República desde o processo de transição em 2018 que não participaria da indicação de cargos e não aceitaria discutir espaços no governo. Os quadros do partido que estão no governo foram escolhidos pelo próprio presidente Bolsonaro, que quando quis também tirou, a exemplo do ministro (da Saúde, Luiz Henrique) Mandetta. O presidente o demitiu e não teve que dar nenhuma satisfação ao partido, como não deu quando na hora que escolheu. Não vamos participar dessa política de negociação de espaços", disse.
Segundo Neto, os partidos vistos como integrantes do Centrão têm situações diferentes entre si, mas para ele, o Democratas se distingue por não ser adepto do fisiologismo. "Existem situações diferentes entre os partidos chamados de Centrão. Mas é evidente que alguns desses partidos foram governistas com Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Temer e agora com Bolsonaro. Eles serão governo com qualquer um que chegar à presidência da República. Esse é um traço que distingue o Democratas. Nós fizemos oposição ao PT durante todo o período que o partido esteve no governo. Temos uma linha ideológica e de princípios muito clara. Existe um jogo de interesses muito claro de lado a lado que torna conveniente a relação, mas ela não é baseada em crenças comuns e em princípios", afirmou.
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