quinta-feira, 18 de junho de 2020

Conquista: Pais de autistas fazem acampamento para conseguir reunião com prefeito

Integrantes da Associação Conquistense Para Atendimento Especializado à Pessoa Autista (Acaepa) estão acampados desde a manhã de ontem (16) em frente à prefeitura da Zona Oeste de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, a fim de reivindicar apoio à instituição, que corre risco de fechar com a crise causada pela pandemia do coronavírus. 

Mães de crianças atendidas pela entidade se revezam no acampamento e buscam conseguir uma audiência com o prefeito Herzem Gusmão (MDB). A Acaepa atende, ao todo, 25 crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo a presidente da Acaepa, Vitória Aparecida Rezende, a entidade tenta contato com o prefeito desde o mês de janeiro, e a situação se agravou após a pandemia de coronavírus. A crise sanitária trouxe dificuldades financeiras para a instituição.



"Veio a pandemia e as coisas ficaram mais difíceis, então no dia 22 de maio eu protocolei junto à prefeitura um documento com reivindicações. A Acaepa é mantida por doações e eventos que a gente faz. Inclusive, com a pandemia, estamos sem fazer eventos desde o mês de abril. Já vinha sendo difícil, agora piorou. Tem várias reivindicações, mas o que a gente necessita nesse momento é o seguinte: ou a prefeitura nos ajuda financeiramente a manter a Acaepa ou então aloca esses meninos em algum lugar que tenha um atendimento de acordo com a lei, que tem que ser contínuo. Nosso desespero chegou a esse ponto. Se a gente não tiver ajuda financeira da prefeitura, a Acaepa vai fechar. São 25 crianças e adolescentes, e eu não posso colocá-los na rua. São três anos e meio nos quais eles estão se desenvolvendo", explicou ao Metro1.

A última audiência da prefeitura com a Acaepa aconteceu em janeiro de 2019. Na ocasião, eles foram recebidos pela secretária municipal de Governo, Geanne de Cássia Oliveira da Silva, que se comprometeu a atender os pedidos da associação, como a disponibilização de profissionais de saúde. No entanto, segundo Vitória, nenhuma medida foi implantada.

Em contato com o Metro1, a secretária municipal de Saúde, Ramona Cerqueira, afirmou que o município tem buscado viabilizar o convênio com a Acaepa, mas o acordo dependeria de documentos que não foram enviados. "Em 2019, no dia 20 de novembro, entregamos a ela um ofício para que ela nos encaminhasse documentações para análise do nosso jurídico, sobre a viabilidade e o modo de vinculação dessa instituição com a prefeitura de Vitória da Conquista. Ela recebeu esse ofício, solicitando diversos documentos. Até hoje não recebemos nenhuma resposta com relação a esse ofício. A gente faria a análise da documentação para viabilizar esse convênio. A prefeitura municipal entende o trabalho da associação, mas é necessário a gente se organizar e prever a formalização desse convênio", afirmou.

Ainda segundo a secretária, por ser do grupo de risco para o coronavírus, o prefeito Herzem Gusmão não poderá atender o pleito por uma reunião presencial, mas a administração municipal está aberta ao diálogo.

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