O governador Rui Costa (PT) reclamou da gestão do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, e das ações do governo federal para conter o avanço do coronavírus. Em entrevista a hoje (4) a Mário Kertész, durante o Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, o petista comentou que a única ajuda recebida de Brasília foi do antecessor, Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido por Jair Bolsonaro. "As três parcelas de recursos que chegaram vieram do ministro anterior.
O atual ministro parece que chegou no caminhão de mudança e está olhando para que lugar vai. Não se encontrou ainda. Não é fácil, alguém que não tem uma história no setor público e saúde pública, não conhece o ministério. Ele era homem de saúde, mas era consultor de saúde do mercado privado. Não tem a mínima noção do que é saúde pública. Entra no ministério no meio de uma pandemia", declarou Rui.
Ainda segundo o mandatário estadual, o consórcio de governadores do Nordeste cobra uma atuação mais incisiva do governo federal para a compra de respiradores no exterior. "Na minha opinião, ele ainda está buscando se encontrar e o grande problema que nós temos hoje no consórcio, que tivemos duas reuniões com ele, é que o governo federal precisa ajudar os estados a encontrar os respiradores. Uma coisa é cada estado subnacional ir lá fora e tentar buscar respirador, outra coisa é uma nação.
Os respiradores da Bahia ficaram presos por uma nação chamada EUA. Outros países estão brigando. Nós ficamos aqui, prefeitura e estados, lutando com nações enquanto o governo federal está omisso e não ajuda os estados", acrescentou.
Na avaliação de Rui Costa, o mês de maio deve ser um dos mais críticos para o sistema de saúde do país. Por isso, o Governo do Estado aguarda o repasse desses respiradores.
"O mês de maio sinaliza que será o pior mês, onde chegaremos no limite da capacidade de oferta do serviço de saúde. A Bahia teria direito somente a 26 respiradores apenas em um mês inteiro. Eu disse a ele, se o critério for começar por onde os lugares piores, se 26 é insuficiente, o senhor me diz que nem esses a Bahia pode esperar do ministério da Saúde? Estamos na expectativa. Há um verdadeiro leilão no mercado. Os preços que tínhamos há seis meses atrás, que sempre compramos esses equipamentos, quadruplicou. Mesmo assim, não consegue ser entregue. A sensação é que tem gente entrando na frente e pagando mais do que a gente pagou", disse o governador.
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