A Embaixada da China reagiu, na madrugada desta segunda-feira (6), às manifestações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que relacionam a origem da Covid-19 ao país asiático.
"Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil", afirma o comunicado divulgado pela embaixada nas redes sociais. "O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude", completa.
Em postagem em uma rede social no sábado (4), Weintraub usou o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota da China.
"Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?", escreveu o ministro
A troca da letra "r" por "l", assim como faz o personagem Cebolinha, ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português. Weintraub ilustrou a postagem com a capa de um dos gibis da Turma da Mônica cujo enredo se passa na China.
Não é o primeiro ataque de uma pessoa ligada ao presidente Jair Bolsonaro contra o país onde o começo da pandemia foi registrado. No dia 18 de março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, depois de o filho do presidente comparar a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986. O episódio provocou crise diplomática entre os países e, após a repercussão do caso, o deputado federal afirmou no dia seguinte que jamais quis ofender o povo chinês.
Nesta segunda-feira (06)), a publicação sobre a China com a referência à Turma da Mônica não estava mais disponível nas redes sociais de Weintraub. No entanto, o ministro manteve no perfil do Twitter publicações feitas na quinta-feira que também insinuam que um país tenha se beneficiado com a pandemia, sem citar diretamente a China:
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