O governador Rui Costa afirma estar preocupado com os rumos sociais e econômicos que o Brasil vem tomando sob comando de Jair Bolsonaro. Para o petista, o ex-capitão passa uma mensagem de inseguranças política e jurídica, e fomenta o ódio em toda a sociedade.
Durante entrevista coletiva concedida neste domingo (23), no Circuito Osmar (Campo Grande), o Rui provocou os presentes a se colocarem no lugar de empresários prestes a investir no Brasil. “Se fizessem parte de um conselho acionista de grandes fundos de investimento, vocês aprovariam investimentos no Brasil? O que estamos presenciando é todos os grupos internacionais adiando decisões sobre investimentos no Brasil. Se eles não cancelam, também não confirmam. Vão adiando decisão de investimento fruto dessa instabilidade institucional, fruto da insegurança jurídica e política”, disse.
De acordo com o governador, uma decisão recente que prejudica o país foi a demora do governo federal em enviar tropas da Força Nacional para o estado do Ceará, que vive um motim organizado por policiais militares. Rui afirmou à imprensa que a resposta à solicitação do apoio veio apenas três dias depois.
“Fico triste de o governo federal demorar quase três dias pra atender ao povo cearense. Não é pra atender ao governador, é pra atender ao povo cearense. Nessa situação você precisa de tropas federais do Exército, eu diria, impondo a ordem ao estado do Ceará, e ele está fazendo atitude correta. Espero que nunca mais nesse país, e vou trabalhar pra que isso não aconteça, se faça anistia a pessoas que usam de cargo público pra cometer crimes. Isso não é possível dentro do padrão civilizatório de quem sempre quer conversar e dialogar. Nenhuma democracia fica de pé desse jeito. Isso é tiro no pé de quem acha que vai resolver o problema dos estados brasileiros ou da União assim. Atitudes como essa só fazem afastar investimentos no Brasil”, afirmou.
Além da economia, Rui Costa destacou que o discurso de ódio de Bolsonaro tem estimulado a violência e manifestações de ódio e preconceito. “Quando alguém se elege a presidente da República fazendo sinal de tiro, de arma, e a mensagem permanente é de ódio, intolerância, de racismo, de preconceito, infelizmente isso também impregna em muitas cabeças e a sociedade vai vivendo esse drama. Estou muito preocupado com os rumos do nosso país porque o exemplo de quem está em cima tem que ser o exemplo da tolerância, do respeito, da paz, e portanto esse é o dilema que o Brasil vive”, resumiu.
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