O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa contou ao G1 que antes do confronto que matou o ex-policial Adriano Magalhães da Nóbrega, os agentes de três forças especiais da polícia baiana prenderam homens que davam segurança ao miliciano. Adriano estava escondido em um sítio de um vereador do PSL na cidade de Esplanada.
"Foram pegas pessoas que estavam dando cobertura, com armamento na mão, que indicaram que ele (Adriano) estava em num tereno próximo. A polícia fez o cerco, e ele tava com a pistola na mão e reagindo", contou o secretário.
O secretário não informou quantas pessoas estavam na segurança de Adriano. O ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do RJ era procurado por integrar um grupo de matadores conhecido como Escritório do Crime.
Adriano também era investigado por suspeita de participar do repasse de dinheiro ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro, no esquema chamado de rachadinha. A mulher e a mãe de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega e Raimunda Veras Magalhães, trabalharam no gabinete de Flávio. Queiroz teria inclusive recebido repasses de duas pizzarias controladas por Adriano, de acordo com a investigação:
De acordo com Maurício Barbosa, a polícia baiana estava atrás de Adriano há 10 dias. Primeiro, ele foi localizado em uma casa na Costa do Sauípe, mas ele acabou fugindo. Nessa semana, os policiais baianos, com o apoio do Setor de Inteligência da Polícia do RJ, tiveram a informação de que Adriano estava numa proprieda rural na divisa entre os estados da Bahia com Sergipe.
"Pediram apoio nosso. A ação de hoje foi da polícia da Bahia. A informação que nós tivemos é que, de fato, ele esboçou a reação, não quis se entregar, e infelizmente acabou falecendo", disse.
O secretário contou agora que espera mais informações da polícia do Rio já que não sabia que o sítio em que Adriano estava escondido pertencia ao vereador Gilsinho da Dedé (PSL), da cidade de Esplanada.
"De fato ele estava no sítio. Qual a relação que ele tem com o dono da fazenda. Isso tudo veio da polícia do Rio. Espero que eles nos passem todas as informações, porque nós não sabíamos de quem era a fazenda. Os desdobramentos da operação em si são nossos mas as informações de por que ele estava lá são da polícia do Estado do Rio", contou.
Maurício Barbosa negou que a ação tivesse sido uma queima de arquivo. Em entrevista ao G1, o advogado do miliciano disse que ele contou que temia ser vítima de uma queima de arquivo.
"Estapafúrdia [a suspeita de queima de arquivo]. Não temos o menor interesse em suprimir qualquer informação. Prestamos apoio e cumprimos nossa missão institucional. Se havia ou não interesse em prestar colaboração, informações com qualquer tipo de crime, isso não está ao nosso alcance", afirmou.
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