sábado, 16 de novembro de 2019

Mulher denuncia homofobia de gerente de restaurante na BA que pediu para ela não beijar namorada: 'Ambiente familiar'

Gabriella Garrido e Maiana Mendes denunciam homofobia em restaurante de Salvador — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Uma mulher de 30 anos, engenheira e empresária denunciou nas redes sociais e à Polícia Civil o crime de homofobia que sofreu quando estava acompanhada da namorada, no restaurante Barravento, que fica no bairro da Barra, em Salvador.

Gabriella Santana Garrido detalhou em entrevista ao G1 que o caso aconteceu na última sexta-feira (15), quando ela foi fazer uma refeição no estabelecimento e assistir o pôr do sol com Maiana Mendes, que também tem 30 anos.

Segundo a engenheira, após ela acariciar a namorada e receber um selinho, o gerente do restaurante foi até a mesa dela e pediu para ela "contivesse os contatos e diminuísse as acarícias".

"A gente estava no Barravento, eu fui com minha namorada, consumir no local e ver o pôr do sol. Depois de comer dois pratos, fomos para uma mesa mais próxima da faixada, fizemos algumas fotos e lembro de ter feito uma carinho no cabelo dela [Maiana] e também dei um beijo próximo do cabelo dela, que retribui com um selinho", contou Gabriella.

"Logo em seguida, ele me abordou e pediu para que a gente contivesse o nossos contatos e diminuísse nossas caricias. Eu me levantei, perguntei se ele estava fazendo um ato homofóbico e pedi para falar com o superior dele e aí ele falou que não tinha ninguém que respondesse por ele no local, porque ele era o gerente da casa", completou.

Gabriella contou que ela pediu para que o gerente, que foi identificado como "Senhor Aurélio" passasse os dados dele para que ela pudesse registrar o caso na delegacia. "Ele [gerente] disse que não tinha problema e me disse o nome dele".

A engenheira também informou que o a sensação que ela teve foi de impotência e que começou a chorar.

"Eu desabei em lágrimas, isso nunca tinha acontecido na minha vida. Alguns casais presenciaram o momento e foram até minha mesa para me consolar, perguntaram se poderiam me dar um abraço", lamentou Gabriella.

"Graças a Deus existem pessoas boas no mundo. Uma mulher mandou eu denunciar e disse que era um caso de homofobia. Ela disse que tinha acabado de beijar o marido e não foi abordada".
Restaurante publicou nota de esclarecimento e depois apagou — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em nota divulgada nas redes sociais, o restaurante Barravento informou que repudia qualquer ato de intolerância a gênero, cor, sexualidade, entre outras que violam o direito humano a liberdade de escolha.

Entretanto, o estabelecimento contou que caso "não passou de uma interpretação equivocada da consumidora", porque o restaurante tem um público diversificado e reafirma o compromisso com a diversidade.

Na nota, o restaurante Barravento também informou que realizou há 30 dias, uma cerimônia de casamento, de um casal LGBT. A postagem foi apagada pelo estabelecimento após a reação do público.


O caso foi registrado na delegacia da Barra, onde é investigado. Não há detalhes de se o suspeito foi ouvido pela polícia. G1 Bahia.

Ver essa foto no Instagram

AMBIENTE HOMOFÓBICO Boa tarde a todos, acabo de sofrer um ato de homofobia neste nosso BAHIANO restaurante local chamado Barravento, localizado na Av. Oceania no bairro da Barra em Salvador. Não tenho palavras para descrever esse momento. Tão injusto e tão sofrido. Tudo o que posso falar é, compartilhem e me ajudem a não permitir que isso continuem a acontecer. ————— Boa noite Gostaria de nesse momento, após todos os trâmites legais terem sido realizados, descrever a todos o ocorrido nesta tarde de feriado. Era para ser apenas um feriado agradável, num restaurante tradicional de salvador. Eu estava acompanhada de minha namorada no Restaurante Barravento quando o Sr. “Aurelio“ que se auto intitulou como gerente do estabelecimento, nos abordou solicitando que os os contatos entrem nós duas fossem contidos, essa é a melhor forma que eu consigo relatar o que foi dito pelo mesmo. Seguindo um pouco mais, o mesmo informou que o Barravento era um restaurante familiar e que os carinhos trocados por nós duas não eram condizentes ao local e que de alguma forma incomodavam e agrediam os outros clientes, e como exemplo dele mesmo, as duas crianças que estavam na mesa atrás da minha não precisavam presenciar tal cena. Tudo isso foram palavras dele, mas tudo isso foi sentido por mim. Não tenho palavras para descrever o que senti e o que sinto ainda após tudo isso. Acreditamos que a homofobia, o preconceito e o racismo está tão longe de nós, mas na verdade está tão perto. E para quem nunca sofreu como eu até algumas horas atrás eu lhes digo, doe e doe muito. Por isso eu agradeço as mensagens de apoio, agradeço ao carinho recebido pelos amigos e familiares, mas também pelos desconhecidos. Alguns clientes que se encontravam no local no momento, se dirigiram até a mim e com uma delicadeza tão simples e tão carinhosa apenas perguntaram “Posso Lhe dar um abraço?”. Parece pouco? Mas não foi, foi bem importante na verdade. Como uma deles mesmo alegou, “Como pode, vocês duas não poderem se beijar enquanto eu e meu marido podemos? “ Não sei, acho que essa é a pergunta que apenas o Sr. Aurélio e o Restaurante Barravento pode responder.
Uma publicação compartilhada por Gabriella Garrido (@gsgarrido) em

Nenhum comentário:

Postar um comentário