Por conta de alagamentos e enchentes, é justamente no período de chuvas que aumenta o risco de se contrair a leptospirose, uma doença causada por bactérias chamadas de leptospiras, que pode ter evolução grave e fatal. De acordo com a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), este ano, foram registrados 10 óbitos por causa da doença no estado. Já durante todo o ano passado, o órgão registrou 11 pessoas mortas por leptospirose.
A Sesab informa, ainda, que foram contabilizados 56 casos da doença este ano. Durante todo o ano passado, a secretaria registrou 71 casos. Já para pessoas que precisaram ficar internadas, o órgão notificou 33 pacientes este ano, enquanto, durante todo o ano anterior, foram internadas 65 pessoas que sofreram com a enfermidade.
“A leptospirose é transmitida pelo contato com a urina de animais com a infecção. Os animais, ao se infectarem, não desenvolvem a doença e tornam-se portadores, abrigando a leptospira nos rins, eliminando-a viva no meio ambiente e contaminando água, solo e alimentos. A bactéria pode ser eliminada através da urina desses animais durantes meses ou até anos”, explica Eduardo Medeiros, infectologista.
De acordo com o infectologista, a bactéria entra no nosso organismo através da pele. O contágio pode ser facilitado por lesões, mas ocorre também na pele sem nenhum machucado. “No meio urbano, o principal transmissor é o rato de esgoto. Porém, existem outros animais que podem ser reservatórios, como cães, equinos e bovinos”, lembra Medeiros.
A leptospirose é uma doença endêmica e se torna epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional em locais com condições inadequadas de saneamento básico e à alta infestação de roedores.
Também é considerada uma doença ocupacional, pois ocorre com maior frequência em trabalhadores de limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, pescadores, militares e bombeiros.“A maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de roedores”, destaca o médico.
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