Um vídeo divulgado pelo Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) nesta quinta-feira (3) mostra a ação da Polícia Militar que terminou na morte do delegado José Carlos Mastique de Castro Filho, na cidade de Itabuna, no sul do estado. [Assista vídeo acima]
O caso ocorreu em abril deste ano, após uma discussão entre um casal, nas proximidades de um posto de combustíveis. No vídeo, é possível ver o momento em que a moça tenta ir embora e o rapaz a impede. Logo depois, surgem outras pessoas tentando apaziguar a situação.
No grupo, estava um policial militar a paisana, que saca uma arma e começa a discutir com o homem. Depois, uma mulher que dialogava com o casal se afasta do grupo e tenta parar um carro, pedindo ajuda. O motorista segue viagem.
Minutos depois, surge o carro do delegado, que estava acompanhado de um investigador da Polícia Civil. Após abordagem da mulher, os dois descem apontando a arma para o grupo. Enquanto o investigador conversa com o resto do grupo, o delegado vai em direção ao PM, que inicia uma discussão com o ele.
Em seguida, os dois saem do alcance das câmeras. Pouco tempo depois para uma viatura da Polícia Militar. Algumas pessoas do grupo, o delegado e o investigador começam a conversar com um outro policial que chegou na viatura.
O delegado entrega a arma e se afasta para trás. Quando faz outro movimento, supostamente para pegar outra arma, um agente que estava atrás do PM que conversava com ele atira. O delegado cai no chão.
Outras viaturas se aproximam e, após cerca de 25 minutos, o delegado é colocado no fundo da viatura e o retirado do local. O delegado foi levado para um hospital, mas não resistiu.
O caso foi registrado na Corregedoria da Polícia Militar e também era investigado pela Polícia Civil. Ainda em abril, os dois PMs destacados na ação, que são lotados no 15º Batalhão, em Itabuna, foram presos e, em seguida, liberados.
Em junho, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público e o policial militar Cleomário de Jesus Figueiredo, suspeito de atirar, se tornou réu por homicídio qualificado. No entanto, ainda não há previsão de quando o julgamento será realizado.
Na época, a Polícia Militar havia informado que todos os agentes envolvidos na ação passaram a cumprir serviço administrativo. O G1 entrou em contato com a assessoria da Corporação para atualizar a situação, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
José Carlos Mastique entrou na Polícia Civil da Bahia em 1998, como escrivão na Delegacia de Porto Seguro, sul do estado. Em 2004, foi nomeado delegado e passou por várias unidades do interior. Na época em que foi morto, ele trabalhava na Delegacia de Cajazeiras, na capital baiana. O delegado deixou um filho.
G1-Bahia
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