Um total de 890 unidades habitacionais do Residencial Santo Amaro de Ipitanga, construídas através do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em Lauro de Freitas, aguardam pela entrega desde outubro de 2018. O empreendimento, composto por 28 prédios, já está pronto e contemplaria, dentre outras famílias, as que tiveram suas casas desapropriadas para a realização das obras de saneamento do Rio Ipitanga. No entanto, um embate entre a prefeitura local, a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) impede a entrega dos imóveis aos futuros moradores. Um jogo de culpas, onde cada um dos envolvidos responsabiliza um outro ente.
De acordo com a prefeitura de Lauro de Freitas, a não entrega do residencial, localizado no Capiarara, seria culpa do governo federal, que também estaria protelando a liberação da Praça dos Esportes e das Artes, em Itinga. Em maio deste ano, após as enchentes que atingiram a cidade, a prefeita Moema Gramacho se reuniu com moradores que tiveram suas casas desapropriadas para a intervenção no rio e outras que atualmente recebem bolsa aluguel no aguardo da liberação dos 890 apartamentos. Na oportunidade, a gestora cobrou, inclusive, celeridade ao ministério e disse que 500 famílias desalojadas por conta dos alagamentos poderiam ser incluídas na relação de favorecidos para receberem as unidades restantes.
Ao Bahia Notícias, a prefeitura de Lauro de Freitas alegou que um esforço tem sido feito, junto com o governo estadual, no sentido de possibilitar a entrega das residências o quanto antes. De acordo com a administração municipal, as famílias estão cadastradas e esperando apenas a liberação. A situação estaria prejudicando também o andamento da obra de macrodrenagem do Ipitanga.
No entanto, as justificativas dadas pelo Ministério do Desenvolvimento Regional e pela Caixa - sendo o último o operador do programa - transferem a responsabilidade pelo atraso à própria gestão do município e ao governo estadual. Em nota, o banco reiterou que o residencial está pronto, mas que a pendência seria do governo do estado, que até o momento não teria entregado a lista dos contemplados. "Para entrega das chaves aos futuros moradores, a Caixa aguarda somente a finalização, por parte do governo do estado, da indicação das famílias a serem beneficiadas", explicou a nota enviada pelo banco. Já o ministério optou por transferir a culpa para outro ente federativo. A pasta, por sua vez, confirmou a falta de informações sobre os beneficiários dos imóveis, alegando que não recebeu a indicação completa dos mutuários, mas pela prefeitura do município.
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