O número de notificações de dengue na Bahia teve um aumentoexpressivo neste ano. Quase 32 mil casos registrados da doença até dia 31 de maio, segundo dados da Secretaria de Saúde do estado da Bahia (Sesab). Aliando à sazonalidade, tem contribuído para uma queda significativa, nos estoques de sangue da Fundação Hemoba, nos últimos meses. Isso porque, pessoas que têm ou tiveram a doença, ficam impedidas de doarem sangue de um a seis meses após a cura.
Além do número de doadores ter reduzido por conta da doença, os meses de abril a junho, são considerados historicamente períodos de baixa nas doações por conta dos períodos festivos. Este ano, em especial,se realizará a Copa América no estado, onde irá ocasionar um desfalque ainda maior de doadores, devido ao evento.
Estoque crítico
Na contramão da oferta, o mês de junho tem historicamente uma demanda maior de pessoas que necessitam receber transfusão de sangue. Isto porque aumenta bastante o número de queimados em hospitais, devidos as tradições juninas, onde as pessoas utilizam em maior número os fogos de artifícios. Os recessos nos trabalhos e nas escolas facilitam a vida de quem gosta de viajar, fazendo com que o tráfego de veículos das estradas aumente significativamente, e com isso a quantidade de acidentes.
A assessoria de impressa da Fundação Hemoba, explica que devido as mudanças nas temperaturas, há também o aumento das doenças respiratórios, outro fator que deixa as pessoas impedidas de doar sangue por um período. "E no caso da dengue clássica, o cidadão precisa aguardar por 30 dias após a cura para doar sangue. Nos casos mais graves, como a dengue hemorrágica, ele só pode doar sangue depois de seis meses após a cura".
Também devido a epidemia de dengue, houve um aumento na demanda por plaquetas, já que nos casos mais graves da doença, o paciente tem episódios de queda de plaquetas no organismo. "Observamos neste período de março e abril, um aumento nas solicitações de concentrado de plaquetas em toda a rede Hemoba, o que também pode ser um reflexo deste período de epidemia que estamos vivendo associado à demanda habitual", explica assessoria.
A hematologista Priscila Rodrigues explica que as plaquetas de uma pessoa saudável ficam entre 150 mil e 450 mil. Plaquetas abaixo de 150 mil podem indicar doenças, inclusive dengue hemorrágica. E, dependendo do caso, a transfusão de sangue pode ser necessária quando elas ficam abaixo de 20 mil. É uma medida de emergência para evitar hemorragias.
“Como a maioria dos casos é de dengue clássica, beber muita água e alguns medicamentos para dores no corpo podem resolver o problema. Naquele dia que você acordou bem e falou: ‘nossa agora resolveu minha dengue’, conta 30 dias a partir daí e pode ir doar”.
Sabadão solidário
No próximo sábado (08), a Fundação Hemoba fará o Sabadão Solidário, onde a instituição ficará aberta durante o dia inteiro para os candidatos a doação de sangue. O evento vai acontecer a partir das 7:30 e vai até às 18:30, na sede da Hemoba em Salvador. Outras cidades do interior do Estado também participarão da campanha, como é o caso de Itaberaba, Jequié e Juazeiro.
Segunda a diretora de hemoterapia, Rivania Andrade, o apoio da população é indispensável neste momento. “A Hemoba está toda enfeitada para recepcionar a festa da solidariedade. Nos meses de março e abril sentimos uma redução de candidatos à doação, mas a necessidade de sangue é diária. Precisamos recuperar a frequência dos nossos doadores para garantir a assistência adequada durante o São João” – afirma a médica responsável pelo serviço.
Para doar sangue, o voluntário deve estar em boas condições de saúde, pesar acima de 50 quilos e ter idade entre 16 e 69 anos – menores de 18 anos devem estar acompanhados por um responsável legal. É necessário estar descansado (ter dormido pelo menos 6h nas últimas 24h) e bem alimentado, tendo, preferencialmente, ingerido alimentos sem gordura, e portar um documento oficial com foto (RG, carteira de trabalho, carteira de motorista ou de reservista) em bom estado de conservação.
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