A defesa do cabo da PM, autor do disparo que matou o delegado José Carlos Mastique, diz que o militar agiu sob legítima defesa, não só dele mas de terceiros
Quase dois meses após o caso trágico e polêmico envolvendo um delegado e policiais militares, no centro de Itabuna, finalmente saiu o laudo com o resultado dos exames feitos no corpo do delegado José Carlos Mastique, que acabou morrendo na confusão, após ser baleado por um dos PMs.
Segundo a perícia, vestígios de cocaína foram encontrados no sangue da vítima. Nos exames de urina, também foram detectados traços da mesma droga, além de cocaetileno, que é uma substância formada no fígado, oriunda da metabolização do álcool com cocaína. Segundo estudos, os efeitos dessa mistura são mais longos e duradouros do que o entorpecente usado isoladamente.
Diante desse laudo, a defesa dos policiais confirmou aquilo que já suspeitava: a de que o delegado, no dia do ocorrido, estava sob influência de drogas e álcool, fator que o fez perder o controle emocional e psíquico.
Partindo desse princípio, o advogado de defesa concluiu que Mastique, alterado pelo uso das substâncias já citadas acima, teve uma reação negativa à abordagem feita pela PM em serviço e puxou a arma contra a guarnição, desencadeando, assim, a defesa por parte dos militares.
“Isso comprova que não houve qualquer ilegalidade na conduta do policial militar, que agiu em legítima defesa própria e de terceiros”, atestou o advogado.
O caso
O delegado José Mastique foi morto com um tiro, disparado por um cabo da Polícia Militar, identificado como Cleomário, que estava em serviço, na madrugada do dia 28 de abril, um domingo.
O fato aconteceu em um posto de gasolina, localizado ao lado do Shopping Jequitibá. Segundo relatos de uma testemunha, o delegado estava com o carro estacionado no local, onde funciona também uma loja de conveniências, quando um morador que passava naquele momento, por volta das 4h, estranhou o carro parado e viu que havia um homem armado no veículo. Com medo, chamou a PM.
A guarnição, então, iniciou as abordagens de rotina, ainda sem saber, de acordo com a PM, que o tal homem armado se tratava, na verdade, de um delegado da Polícia Civil, que teria sacado a sua arma em direção aos soldados.
A reação do delegado fez com que o cabo da PM atirasse, atingindo Mastique, que ainda foi socorrido para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, mas não resistiu aos ferimentos. José Carlos Mastique já atuou como delegado em Itabuna e outras cidades da região.
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