O tempo de estudo dos trabalhadores brasileiros com carteira assinada saltou 19,3% entre os anos de 2003 e 2017, mudança que não foi acompanhada pela qualidade das ocupações no período, com um aumento de apenas 4,1% das habilidades cognitivas das ocupações.
As informações, reveladas por um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base em dados do Ministério do Trabalho, apontam ainda que a escolaridade mínima para o exercício das ocupações cresceu 3,5% ao longo dos 14 anos.
"Quando a gente olha a composição do emprego brasileiro, ele não melhorou muito porque foram geradas vagas pouco qualificadas, principalmente no comércio e nos serviços pessoais", avalia Aguinaldo Nogueira Maciente, pesquisador do Ipea, que lamenta a não criação de empregos mais tecnológicos no período.
Desemprego cresce e atinge 13,1 milhões de brasileiros, diz IBGE
Maciente explica que, apesar do aumento, o período em que os brasileiros permanecem na escola ainda é relativamente baixo. "Grande parte dos trabalhadores não têm ainda o nível superior, o que acaba puxando a média para baixo" afirma ele.
De acordo com o pesquisador, a maior escolaridade "mascara" o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. "Os trabalhadores que vão se aposentando, como são mais velhos e de uma época em que a escolaridade era muito baixa, puxam para cima a escolaridade média dos trabalhadores, porque os jovens já têm ingressado no mercado com uma escolaridade bem superior", analisa.
'Tinders do Emprego' conectam empresas e profissionais
Para Maciente, o fenômeno faz ainda que ingressam no mercado de trabalho com mais tempo de sala de aula encontrem "dificuldade grande e crescente de encontrar um emprego compatível com o nível de escolaridade".
"Se a gente demorar muito a retomar o crescimento econômico, corremos o risco de voltar a ter gargalos de mão-de-obra qualificada porque as pessoas vão deixar a profissão na qual elas se formaram em busca de qualquer coisa", completa Maciente.
As informações, reveladas por um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base em dados do Ministério do Trabalho, apontam ainda que a escolaridade mínima para o exercício das ocupações cresceu 3,5% ao longo dos 14 anos.
"Quando a gente olha a composição do emprego brasileiro, ele não melhorou muito porque foram geradas vagas pouco qualificadas, principalmente no comércio e nos serviços pessoais", avalia Aguinaldo Nogueira Maciente, pesquisador do Ipea, que lamenta a não criação de empregos mais tecnológicos no período.
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Maciente explica que, apesar do aumento, o período em que os brasileiros permanecem na escola ainda é relativamente baixo. "Grande parte dos trabalhadores não têm ainda o nível superior, o que acaba puxando a média para baixo" afirma ele.
De acordo com o pesquisador, a maior escolaridade "mascara" o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. "Os trabalhadores que vão se aposentando, como são mais velhos e de uma época em que a escolaridade era muito baixa, puxam para cima a escolaridade média dos trabalhadores, porque os jovens já têm ingressado no mercado com uma escolaridade bem superior", analisa.
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Para Maciente, o fenômeno faz ainda que ingressam no mercado de trabalho com mais tempo de sala de aula encontrem "dificuldade grande e crescente de encontrar um emprego compatível com o nível de escolaridade".
"Se a gente demorar muito a retomar o crescimento econômico, corremos o risco de voltar a ter gargalos de mão-de-obra qualificada porque as pessoas vão deixar a profissão na qual elas se formaram em busca de qualquer coisa", completa Maciente.
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