Quatro detentos em regime semiaberto do Conjunto Penal de Itabuna, receberam autorização judicial para estudar em uma faculdade particular. Eles vão cursar Direito, Psicologia e Engenharia Civil. Um dos presos universitários, que não quis ser identificado, está detido há cinco anos pelo crime de homicídio.
Na cadeia, ele concluiu os estudos, prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e decidiu mudar de vida. "Após a prisão, eu decidi que tinha que mudar. Que eu não podia permanecer tanto tempo [preso] e não fazer nada para que as coisas mudassem. Eu resolvi dar esse passo e hoje Deus me abençoou", disse ele. Além desse preso, outros quatro também fizeram o Enem e passaram no vestibular da faculdade. Um deles, no entanto, não recebeu autorização da Justiça para cursar o ensino superior, porque responde em regime fechado.
A solenidade de autorização da Justiça foi na manhã desta quarta-feira (17), com o juiz da Vara de Execuções Penais, além de representantes do presídio, do Núcleo Territorial de Educação e da instituição particular onde os presos já estão matriculados. "Temos um controle. Eles têm que manter uma nota razoável, têm que manter a periodicidade, não podem faltar. E vai ter um controle da própria faculdade. Ela manda mensalmente o currículo escolar deles, com frequência e tudo. É tudo bem monitorado", disse o juiz Antônio Carlos Maldonado.
Os quatro detentos serão monitorados com ajuda da faculdade. Segundo o diretor do presídio, Adriano Jácome, o conjunto penal está superlotado. A unidade tem 1350 internos, quando a capacidade é para 670. Para Jácome, o estudo é uma forma de ajudar na ressocialização desses presos. "Com eles nós chegamos ao nível de nove internos que já estão na academia, cursando um curso superior, e isso faz parte do projeto de ressocialização do Conjunto Penal de Itabuna", disse ele. Além dos nove presos universitários, outros 306 detentos estudam os ensinos Fundamental e Médio no próprio presídio.
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