quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Mesmo com mais de 200 denúncias, centro de João de Deus mantém atendimentos


As denúncias de que teria abusado sexualmente de dezenas de mulheres que buscaram tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), “entristeceram” o médium João de Deus, mas não a ponto de fazê-lo desistir de atender as milhares de pessoas que, semanalmente, o procuram na pequena cidade a cerca de 110 quilômetros de Brasília.

De acordo com o R7, cinco dias após as primeiras denúncias de crimes sexuais praticados pelo médium, os funcionários do centro espírita preparam o local para o atendimento previsto para hoje (12). Segundo assessores, João de Deus atenderá normalmente pelos próximos três dias. Para a assessoria do médium, os depoimentos das mulheres parecem conter inúmeras “inconsistências” que precisam ser apuradas. Ao mostrar as instalações do centro espírita a jornalistas, que chegam à cidade para acompanhar os desdobramentos dos fatos.

O levantamento mais recente do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) mostra que 206 mulheres entraram em contato com o órgão para denunciar abusos sexuais que teriam sido cometidos pelo médium João de Deus. Duas delas vivem no exterior: uma nos Estados Unidos e outra na Suíça. Segundo informações divulgadas ontem (11), 156 denunciantes fizeram contato por meio do canal criado exclusivamente para este fim, pelo e-mail denuncias@mpgo.mp.br.

As mulheres se identificaram como sendo de dez estados: Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A orientação dada pelo órgão é que a denunciante procure o Ministério Público de seu estado, que ficará responsável por colher depoimentos. As provas serão enviadas para a força-tarefa do Ministério Público de Goiás, que reúne cinco promotores de Justiça e duas psicólogas.

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