Há exatamente um ano, o tombamento da lancha Cavalo Marinho I na Baía de Todos-os-Santos, logo após deixar o Terminal Hidroviário de Vera Cruz, em Mar Grande, provocou a morte de 19 pessoas e deixou tantas outras marcadas pelo trauma, pela perda, mas também pelo sentimento de impunidade.
Hoje, após idas e vindas entre o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e a Polícia Civil, o inquérito que apura as causas e responsabilidades da tragédia já esteve em inúmeros palcos, compôs animações em programas de computadores, em entrevistas coletivas capitaneadas por vários entes, a exemplo da Defensoria Pública e Marinha do Brasil, mas não apresentou respostas efetivas à comunidade baiana.
Em abril, a polícia afirmou ter concluído as apurações e as enviou ao MP-BA para que novas providências fossem tomadas. O dossiê foi devolvido à delegacia de Itaparica. O promotor responsável pelo caso pediu outras diligências. Nesta semana, o caso voltou ao Ministério Público. Por enquanto, nada.
Enquanto isso, o proprietário da CL Transportes Marítimos, Lívio Galvão, o comandante e o técnico da embarcação, além da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) e da Marinha do Brasil, foram indiciados como responsáveis pelo episódio, mas não reembolsaram as famílias e vítimas em um centavo.
Protesto – Nesta sexta-feira (24), 11 entidades realizam uma ação para marcar os 12 meses do acidente e cobrar providências acerca das más condições do serviço prestado pelas lanchas que realizam a tradicional travessia entra a capital e Mar Grande. OAB-BA, Codecon, Procon, Anvisa, Defensoria Pública da Bahia, Comissão Especial Temporária de Defesa dos Direitos do Consumidor da Câmara Municipal de Salvador, Comissão de Defesa do Consumidor e Relações de Trabalho da Assembleia Legislativa da Bahia, Rede Consumo Seguro e Saúde, Corpo de Bombeiros Militar e a polícias Militar e Civil promovem às 8h30 no Terminal Náutico de Salvador, no Comércio, a “operação Navegar Seguro” e prometem fiscalizar a travessia e esclarecer a população sobre os direitos na contratação dela.
Na ilha, às 19h, uma missa em alusão à tragédia com a lancha Cavalo Marinho I acontece na Comunidade Nossa Senhora das Candeias, localizada em Amoreiras. Após o ato religioso, 19 rosas serão lançadas ao mar, em homenagem aos 19 mortos no acidente.
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