Na última terça-feira (14), inúmeros moradores de rua ocuparam novamente o Condomínio Bosque Verde que foi abandonado, no bairro Teotônio Vilela, em Ilhéus. As obras do residencial popular foram financiadas pelo programa federal "Habitar Brasil" e sob responsabilidade da Prefeitura de Ilhéus, mas por algum motivo as obras não foram concluídas.
Aproximadamente 800 pessoas participaram da ocupação nas obras de 2015. Segundo a advogada Lu Cerqueira, que presta assistência jurídica ao grupo há três anos, o movimento atual reuniu mais de duzentas famílias. De acordo com ela, as "famílias sem-teto" decidiram voltar para as casinhas porque a Prefeitura de Ilhéus não cumpriu com as condições impostas pela Justiça ao decretar a reintegração de posse. Algumas pessoas foram beneficiadas pelo programa Minha casa, Minha vida, porém, esse benefício não alcançou a maior parte do grupo.
Na época da desocupação, muitas pessoas que aceitaram sair das casas não receberam o auxílio aluguel, apesar de a prefeitura ter se comprometido a disponibilizar o benefício a todos os ocupantes com o perfil socioeconômico do programa da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Na quinta-feira (16), subalternos da prefeitura informaram que o recebimento de recursos para a conclusão das obras do condomínio depende da desocupação. No entanto, as famílias que voltaram para o Bosque Verde estão com medo de fazer um acordo com a prefeitura. Temem que eventual compromisso não seja honrado.
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