Uma estudante de 12 anos foi vítima de ameaças de morte e ofensas racistas na Escola Municipal Joaquim Augusto Ferreira Mourão, no bairro Melvi, em Praia Grande, litoral de São Paulo. A autora das ofensas seria uma colega de classe. A Secretaria de Educação da cidade está apurando o caso.
Nas redes sociais, a mãe da vítima, a vendedora Adelaide Alves, de 31 anos, relatou que as ofensas surgiram na saída da escola e a sitação piorou após os alunos retornarem das férias.
"Minha filha recebeu a carta, que dizia que ela fedia, que parecia uma macaca, que queriam matá-la. Na escola, ela foi orientada a entregar para a diretora, e depois, para não me contar. Descobri por uma amiga minha, que já sabia, e me questionou. De novo, fui a última a saber”, conta.
Após ter relatado o caso nas redes sociais, a mãe foi chamada pela escola. "Antes de eu ir, na segunda-feira (20), eu já tinha feito outro boletim de ocorrência e tentado transferir minha filha. Quando cheguei na escola, a diretora, na frente de uma pedagoga e de outros funcionários, começou a me interrogar, questionando o porquê de eu ter feito aquilo [publicação], que a escola não errou em nenhum momento. Tentaram até perguntar para a minha filha se ela gostava da escola, na tentativa de induzí-la a dizer que sim", conta.
Adelaide foi orientada pelos funcionários a processar os pais da criança, já que a culpa seria da aluna. No entanto, a mãe questiona o fato de a escola tentar esconder as ameaças e agressões feitas à filha. "[A diretora] sempre dizia que sabia e que queria me poupar. Para que isso? E se minha filha apanhasse, ou morresse na escola, como seria? Isso foi uma negligência", conta.
Em nota enviada ao G1, a Secretaria de Educação (Seduc) de Praia Grande ressaltou que repudia qualquer tipo de ato que afete a moral e a dignidade dos alunos, e que assim que a unidade escolar soube dos fatos, adotou providências, assim como a mãe recebeu o devido atendimento, e ações foram tomadas para assegurar a segurança física da menor.
Ainda de acordo com a pasta, os alunos envolvidos já foram identificados e encaminhados ao conselho de escola para análise do caso e, se necessário, possíveis sanções disciplinares.
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