Já está no Conjunto Penal de Itabuna Wane Brenda Oliveira, de 34 anos, acusada de matar, friamente, dois namorados envenenados. Ela foi presa na segunda-feira (11) e transferida ontem (12) para o presídio. A história macabra, que teve como vítimas Edvaldo Araújo Alves e Evandro Bonfim de Souza, ambos de 40 anos, teve início, meio e um fim trágico, tudo isso em apenas oito meses. Os crimes aconteceram entre abril e dezembro do ano passado.
A vilã desse filme real de terror, a “Viúva Negra”, como foi apelidada pelos familiares dos dois mortos, negou os crimes e até chorou na audiência de custódia. Mas, para a polícia não restam dúvidas, sobretudo pelas provas materiais, já que foram encontrados vestígios de chumbinho, veneno usado para matar ratos, nos exames feitos nos corpos.
A uma das vítimas, inclusive, a acusada chegou a dar o veneno duas vezes. A última aconteceu dentro do hospital, quando Evandro estava prestes a ter alta médica. "O médico realmente suspeitou contando com o resíduo gástrico, o retorno que veio da sonda nasogástrica. E quando subiu para o CTI, depois de alguns dias, eu insisti em fazer um [exame] toxicológico de urina. Então eu queria que realmente fosse desvendado mesmo. E a suspeita veio dela [Wane], porque da primeira vez ele estava com ela e da segunda vez ela estava com ele. É uma pessoa má, perversa", desabafou a irmã de Evandro, Eumara Bonfim.
As famílias não se conformam com tamanha crueldade. O crime pode ter sido motivado pelo sentimento de posse. Segundo a delegada Gildete Vitória, as famílias contaram que Wane era ciumenta e muito possessiva. “Possivelmente, ao sentir que seria abandonada, ela dava o veneno para as vítimas”, disse.
Técnicas avançadas garantiram o resultado das perícias
Em entrevista à TV Santa Cruz, o perito Marco Antônio Lima, coordenador do Departamento de Polícia Técnica, disse que o sucesso dos resultados foi possível graças às técnicas avançadas utilizadas no processo.
“Não foi uma perícia simples. Tivemos que proceder uma exumação [do corpo de Edvaldo] e, no caso da segunda vítima [Evandro], ela teria passado por procedimentos médicos. Então, a probabilidade de encontrar ainda o veneno não era tão boa. Mas, felizmente, utilizamos a cromatografia em camada delgada e gasosa, onde encontramos a mesma substância nos dois corpos”, explicou.
Confira mais detalhes desse caso no vídeo acima.
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