sexta-feira, 29 de junho de 2018

Taxista apontado como motorista de traficantes é morto por homens encapuzados

Outros dois homens foram mortos e dois PMs feridos no Complexo do Nordeste de Amaralina, região dominada por Val Bandeira



Considerado pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) um dos maiores traficantes da Bahia, Josevaldo Bandeira, o Val Bandeira, um dos fundadores da facção Comando da Paz (CP), foi solto após receber liberdade condicional da Justiça na manhã da última terça-feira (26). Dois dias depois, na quinta-feira (28), três homens morreram em ataques provocados por homens encapuzados, entre eles um taxista, e dois policiais militares foram baleados - um deles na cabeça -, na região do Complexo do Nordeste de Amaralina, dominada pela CP.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) informou nesta sexta-feira (29) que investiga as mortes de suspeitos ligados ao tráfico de drogas. Os três homens, segundo a SSP-BA, foram atingidos por disparos de arma de fogo, na noite de quinta-feira (28), no Nordeste de Amaralina - que junto com Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Chapada do Rio Vermelho formam a região do Complexo.

Jean Pessoa de Jesus, 23 anos, que tinha passagem no DHPP, Adilton Bonfim Santos Barreto, 34, taxista e apontado pela SSP-BA como motorista da quadrilha de traficantes local e Emerson Fiuza dos Santos, 18, foram alvos de homens encapuzados.

O taxista Adilton foi atacado por volta das 20h50. Ele foi baleado dentro de casa na Rua André Luiz, no Vale das Pedrinhas. Ainda segundo informações do posto policial do Hospital Geral do Estado (HGE), para onde o taxista foi socorrido, Adilton teve sua casa invadida e foi baleado na cabeça, no lado esquerdo e direito do tórax e na mão direita. A vítima foi levada por um vizinho, também taxista, para o HGE. Adilton morreu às 23h15, segundo registro policial feito na unidade de saúde.

Também no Vale das Pedrinhas, às 21h39, os policiais da 40ª Companhia Independente de PM (CIPM/Nordeste de Amaralina) receberam a informação que havia um corpo em uma via do bairro. Ao chegar no local os PMs identificaram a vítima como Jean Pessoa de Jesus, 23. Ele foi baleado, mas a autoria e a motivação ainda são desconhecidas. O jovem chegou a ser socorrido em uma viatura e encaminhado para o HGE. 

PM baleado na cabeça
Três horas antes, dois policiais militares lotados na 40ª CIPM foram baleados na tarde de quinta-feira, por volta das 17h em uma localidade conhecida como Sucupira, no Nordeste de Amaralina, onde Val vive. O endereço informado pelo fundador do CP à Justiça é 2ª Travessa Sucupira, s/n, Alto da Santa Cruz, próximo ao Colégio Teodoro Sampaio.

De acordo com informações do boletim de ocorrência registrado no posto da Polícia Civil, do HGE, os policiais militares Ângelo Soares Portelo, 35, e Telmo Santa Rosa, 44, estavam entregando um ofício em uma associação a bordo de uma viatura na Rua Teodoro Sampaio quando foram surpreendidos por cerca de 20 homens armados. 

Ainda de acordo com o boletim, os homens estavam armados com metralhadoras, pistolas e fuzis. Ao avistar os policias, o grupo começou a atirar baleando o policial Ângelo na cabeça. 

Já o PM Telmo foi atingido de raspão no braço direito. Ao verificar que o colega tinha sido atingido na cabeça, o policial militar, que estava dirigindo a viatura, deu ré e conduziu o veículo, mesmo ferido, até o HGE. Ângelo perdeu a visão do olho direito e está internado no centro cirúrgico da unidade de saúde. Telmo recebeu alta após ser atendido. Ontem, a SSP havia informado que apenas um PM havia sido ferido de raspão.

Crimes após a liberdade de Val Bandeira 
Condenado por crimes como homicídio, tráfico de drogas e associação ao tráfico, Val continuava, segundo a polícia, controlando a venda de entorpecentes na região do Complexo do Nordeste de Amaralina, mesmo de dentro da cadeia. Val Bandeira, que é considerado o nº 1 do CP, estava preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura e passou por Sessão de Livramento Condicional na 2ª Vara de Execuções Penais, em Sussuarana. Após a audiência, comandada pela juíza Maria Angélica Carneiro, ficou decidido que ele seria liberado com o dever de seguir algumas determinações da justiça. (Com informações do Correio)

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