O grupo, que tem mais de 17 fazendas no sul da Bahia, já teve os bens bloqueados ano passado. Esta semana foi notícia no Profissão Repórter, da Rede Globo, após ser alvo de uma ação que resgatou vários trabalhadores, vítimas de exploração
O sul da Bahia, infelizmente, apareceu mais uma vez no cenário nacional como destaque negativo. Na última quarta-feira (29), foi ao ar mais uma edição do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, e que levantou uma polêmica antiga, porém ainda vergonhosamente praticada em nossa atualidade: o trabalho escravo.
A reportagem, alicerçada em depoimentos, desabafos e imagens de puro descaso, teve, entre outros flagrantes, alguns registrados em fazendas do empresário Helenilson Chaves, dono de um dos maiores empreendimentos de Itabuna, o Shopping Jequitibá. A repórter Monique Evelle teve contato com alguns trabalhadores resgatados, dessas propriedades, recentemente, pelo Ministério Público do Trabalho. Um deles é Paulo, que recebia entre R$ 150 e R$ 200 mensais para sustentar quatro filhos e a esposa.
No local, uma cisterna era usada para consumo próprio e lavagem de roupas. A água é poluída, infestada com algas, mosquitos e até girinos (filhotes de sapo), mas não existia outra e os trabalhadores eram obrigados a ingerir o produto. Além disso, não havia sanitário. “Dentro das lavouras, debaixo dos cacaueiros, eu pedia a Deus por socorro. Eu não saí antes porque não tinha condições de pagar um frete, que custa entre R$ 400 e R$ 500”, desabafou Paulo.
Segundo o procurador do Trabalho, Ilan Fonseca, nesses processos empregatícios, normalmente, é feito um contrato, garantindo ao trabalhador metade da produção da fazenda. “Nos períodos de alta produção, ele [trabalhador] até consegue tirar mais do que um salário mínimo. Mas, no período de baixa produção, que geralmente se dá nos meses de outubro e maio, ele não consegue ganhar nem mesmo meio salário mínimo”, esclareceu Fonseca.
O procurador evidenciou o fato de que a fazenda, palco do flagrante citado acima, é grande, possuindo mais de 17 propriedades. “O proprietário é também dono de um shopping na região, mas há um contraste entre a forma como ele gere os negócios dele e a forma como ele gere a atividade rural. É muito contraditório”, avaliou.
R$ 1 mil em indenizações
A equipe do Profissão Repórter esteve no Grupo Chaves, no Edifício Atlanta Center, em Itabuna. A secretária chegou a receber a jornalista, pedindo que ela voltasse no dia seguinte para entrevistar os diretores e pediu, inclusive, o número do telefone para retornar o contato. Entretanto, bastou a repórter deixar o prédio, para a mesma funcionária ligar, desmarcando o encontro, explicando que ninguém se pronunciaria.
Este ano, duas fazendas de Helenilson Chaves já foi palco de dois processos de resgate de trabalhadores. Em 2016, a mesma empresa foi flagrada, com 120 trabalhadores em situação de escravidão. Na época, os bens do Grupo Chaves chegaram a ser bloqueados, mas nada foi encontrado nas contas da empresa. O Ministério Público do Trabalho está pedindo cerca de R$ 1 milhão em indenizações para os trabalhadores.
A equipe do Profissão Repórter esteve no Grupo Chaves, no Edifício Atlanta Center, em Itabuna. A secretária chegou a receber a jornalista, pedindo que ela voltasse no dia seguinte para entrevistar os diretores e pediu, inclusive, o número do telefone para retornar o contato. Entretanto, bastou a repórter deixar o prédio, para a mesma funcionária ligar, desmarcando o encontro, explicando que ninguém se pronunciaria.
Este ano, duas fazendas de Helenilson Chaves já foi palco de dois processos de resgate de trabalhadores. Em 2016, a mesma empresa foi flagrada, com 120 trabalhadores em situação de escravidão. Na época, os bens do Grupo Chaves chegaram a ser bloqueados, mas nada foi encontrado nas contas da empresa. O Ministério Público do Trabalho está pedindo cerca de R$ 1 milhão em indenizações para os trabalhadores.
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