O presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou na noite desta quarta-feira (23) a redução de 10% no diesel nas refinarias e disse que vai manter a redução por 15 dias. A redução representa menos R$ 0,26 no litro do diesel.
"É uma medida de caráter excepcional. Não representa uma mudança de política de preço da empresa", disse Parente em entrevista coletiva. "São 15 dias para que o governo converse com os caminheiros."
Ao justificar a decisão, Parente afirmou que "num momento como esse é importante que as partes tenham é reajam com boa vontade, como a Petrobras fez."
Na terça-feira, Parente se reuniu em Brasília com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco, e garantiu que a política de reajustes dos preços de combustíveis da empresa não seria alterada.
A subida do preço do combustível nas últimas semanas provocou uma série de manifestações no país. Caminhoneiros bloquearam diversas estradas. Nesta quarta-feira, a manifestação entrou no terceiro dia e alcançou 23 estados do país mais o Distrito Federal.
O movimento nacional dificultou o escoamento e a exportação de diversos produtos e o funcionamento de serviços básicos. Supermercados já reclamavam de desabastecimento. A Infraero, por exemplo, informou que cinco aeroportos, incluindo Congonhas, tinham combustível suficiente para abastecer as aeronaves somente até esta quarta-feira.
Antes do anúncio da Petrobrás, o governo tinha como principal proposta para acabar com o protesto um acordo com o Congresso Nacional para eliminar um dos tributos que incidem sobre o diesel. A condição para o acordo era que o Poder Legislativo aprovasse o projeto de reoneração da folha de pagamento das empresas - a votação ainda não tem data confirmada.
Na prática, se Câmara e Senado aprovarem a proposta da reoneração, a União terá aumento nas receitas e, em troca, irá zerar a Cide que incide sobre o diesel. Segundo o Ministério da Fazenda, a atual alíquota do tributo representa R$ 0,05 por litro do diesel.
Temer pediu trégua
Mais cedo, o presidente Michel Temer pediu "trégua" de dois ou três dias aos caminhoneiros para encontrar uma "solução satisfatória" sobre o preço dos combustíveis.
Durante a fala de Temer com o pedido, uma reunião da Casa Civil com representantes de caminhoneiros ocorria sem sucesso. (Com informações do G1)
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