Um bebê prematuro morreu logo depois do parto em casa na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, e a mãe da criança relatou que o óbito ocorreu por não ter sido atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) mesmo após ter ligado para o órgão 11 vezes.
Um amigo da família da jovem chegou a ir na sede do Samu no município e fez um vídeo mostrando que duas ambulâncias que poderiam ter sido deslocadas para o atendimento da mulher estavam paradas na garargem. A Secretaria de Saúde do Município lamentou o ocorrido e disse que não houve atendimento porque as linhas telefônicas do Samu estavam mudas quando a mãe da criança ligou.
O caso ocorreu na madrugada de terça-feira (2). A mãe da criança, Elian Estefane Silva, de 23 anos, estava no sétimo mês de gestação e afirmou que estava em casa quando começou a sentir cãibras quando se deitou para dormir, por volta da meia noite. Ela contou que foi ao banheiro e começou a sentir contrações. Depois, disse que percebeu que a criança estava nascendo.
A jovem, então, disse que resolveu acionar o Samu. Afirma ter feito 11 ligações, mas nenhuma foi atendida. "Foi horrível, porque eu acho que se o Samu tivesse atendido a ligação, meu filho estaria comigo", relatou.
A mãe de Elian, Marinalva Bispo de Amorim, ajudou na hora do parto do bebê. "Foi um desespero. Eu tenho problema de coração, tomo meus remédios e, quando vi aquilo, não sabia o que fazer", disse.
O tio da jovem, Genésio Bispo de Amorim, foi em um posto policial para pedir ajudar, mas conta que também não conseguiu. "Não ter nenhuma Samu para poder socorrer uma pessoa é muito triste. Eu fiquei muito arrasado, tanto eu quanto a família todinha".
Elian conta que conseguiu uma carona para ir até o Hospital São José, mas diz que a criança morreu antes mesmo de chegar na unidade médica. Já na unidade médica, Elian foi atendida e liberada após ser medicada.
A Secretaria de Saúde de Ilhéus disse que o Samu não negou atendimento e disse que nenhuma ambulância foi deslocada por conta do problema nas linhas telefônicas. O órgão destacou que as linhas estavam mudas desde o fim da tarde da segunda-feira (2) e que a situação só foi resolvida pela operadora de telefonia Oi na manhã da terça-feira.
A assessoria de comunicação da operadora disse que um levantamento será feito para verificar o que aconteceu e que, depois disso, deve se pronunciar sobre o ocorrido.
Com relação à morte da criança, a Secretaria de Saúde de Ilhéus informou que o bebê nasceu envolto pela bolsa amniótica, que reveste o feto na barriga da mãe, e como não houve ruptura da bolsa a criança ficou impossibilitada de respirar. Isso, segundo o órgão, pode ter contribuído para o óbito.
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