Cenas de um filme de terror, só que real, foram registradas dentro de uma Van, ontem (27) à noite, na BR-116, imediações do município de Rafael Jambeiro, centro norte da Bahia. O veículo, que seguia de Mato Grosso para Alagoas, transportava 15 passageiros, que trabalham no cultivo de soja e cana de açúcar.
O que ninguém podia imaginar é que no carro viajava um assassino: Roberto de Jesus Araújo, de 44 anos, de Itabuna. No meio da noite, quando todos os outros dormiam, ele atacou com uma faca. Quatro pessoas ficaram feridas. Entre as vítimas, um garoto de 13 anos, que chegou a ser socorrido para o Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana, mas não resistiu.
Wellington Pereira da Silva morava com os pais, em Mato Grosso, e estava indo morar com a avó, em Alagoas, onde pretendia prosseguir os estudos. Quanto aos sobreviventes, foram medicados e passam bem. No entanto, carregarão pelo resto da vida as lembranças daquela noite macabra.
"Ele pensou que meu primo estava tirando foto dele", diz sobrevivente
Em entrevista à imprensa, o lavrador Ednaldo Damasceno, esfaqueado no ombro, disse que logo cedo, o primo dele estava tirando fotos da paisagem ao longo da estrada, o que teria despertado a atenção do acusado. "Como ele [criminoso] era foragido, estranhou, pensando que a foto era dele", recordou o lavrador.
O ataque aconteceu por volta das 22 horas. Após o crime, desesperado, o motorista da Van parou o carro e o itabunense fugiu pelo matagal. Mas não conseguiu ir muito longe. Foi interceptado e espancado por caminhoneiros, que acionaram a Polícia Militar.
Roberto foi levado para o hospital de Santo Estevão e, depois de medicado, foi preso em flagrante. Ele deve responder por assassinato e tentativa de homicídio.
Acusado já tinha sido condenado por assassinato
Ainda na delegacia, a polícia descobriu que Roberto havia sido condenado em 1998, na cidade de Itabuna, por homicídio qualificado. Ao ser questionado pela imprensa, o acusado alegou que sofre de problemas psicológicos.
"Eu tenho problema de cabeça. Tomei muita cachaça e estava meio perdido", disse. Uma das repórteres, então, perguntou quem havia "diagnosticado" tal transtorno. E o homem não hesitou em responder, que foi ele mesmo que percebeu a suposta doença. "Eu achei que não estava tendo controle emocional", justificou.
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