quinta-feira, 22 de março de 2018

Um “hóspede” inconveniente: Fazendeiro vence mais um “round” na luta com prefeitura para fechar “lixão” em sua terra

De um lado, um fazendeiro que luta para livrar suas terras de um “hóspede” muito inconveniente: o lixão. O mau cheiro do chorume tem prejudicado os moradores de toda aquela comunidade rural e poluído a água. De outro, a prefeitura, que insiste em manter o aterro sanitário da cidade num terreno que não pertence ao município. Uma queda de braço que se arrasta há anos e que vem dando muito “pano pra manga” no pequeno município de Ibicaraí, a cerca de 40 quilômetros de Itabuna.

Alessandro Rezende comprou a Fazenda Nossa Senhora das Graças há, aproximadamente, nove anos. Na época, já existia o lixão. Desde então, o proprietário travou uma verdadeira guerra para tirar o aterro de sua propriedade. Um dos seus últimos recursos, além de entrar com uma ação na Justiça, foi cercar o local, impedindo que as caçambas de lixo entrassem. No entanto, essa barreira não resistiu à truculência de um grupo de vereadores.

Essa semana, os edis, que defendem a permanência do lixão naquela área, mesmo tendo consciência de que é um terreno particular, ordenaram que as máquinas simplesmente derrubassem a cerca, favorecendo novamente a entrada dos caminhões de entulho. Isso mesmo depois da decisão da Justiça, que proibiu a prefeitura de continuar usando o campo do lixão. Durante esses dias, a cidade chegou a ficar “abarrotada” de lixo, uma vez que a prefeitura não encontrou outra solução.
Curioso é que, em julho desse ano, o próprio município, governado atualmente por Lula Brandão, entrou com um Pedido de Urgência na Justiça, solicitando a manutenção de posse contra o proprietário do terreno. O governo alegou que já usava o local há mais de 30 anos e, por este motivo, tinha o direito de permanecer com a prática.


Perícia

E na manhã desta quarta-feira (21), essa “novela” da vida real ganhou um novo capítulo. A área onde fica o lixão foi submetida a uma perícia técnica, por conta dos estragos causados pelos tratores. Os peritos fizeram um levantamento no local. O resultado, segundo o proprietário Alessandro Rezende, deve ficar pronto entre 15 e 30 dias. “Esse laudo será anexado ao processo, pois eu vou entrar com uma ação por danos morais e materiais, invasão de propriedade e poluição de ambiente contra os vereadores e prefeitura”, adiantou o fazendeiro, em entrevista ao Verdinho.  

Segundo Rezende, o juiz já tomou as medidas previstas pelo descumprimento judicial, uma vez que destruíram a cerca, invadindo a propriedade. Entre outras consequências por desobediência à decisão da Justiça, deve ser estabelecida uma multa a ser paga pelos vereadores e município. O lixão está fechado.

Agora, só nos restar aguardar pelos próximos capítulos dessa história.  

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