De um lado, um fazendeiro que luta para livrar suas terras de um “hóspede” muito inconveniente: o lixão. O mau cheiro do chorume tem prejudicado os moradores de toda aquela comunidade rural e poluído a água. De outro, a prefeitura, que insiste em manter o aterro sanitário da cidade num terreno que não pertence ao município. Uma queda de braço que se arrasta há anos e que vem dando muito “pano pra manga” no pequeno município de Ibicaraí, a cerca de 40 quilômetros de Itabuna.
Alessandro Rezende comprou a Fazenda Nossa Senhora das Graças há, aproximadamente, nove anos. Na época, já existia o lixão. Desde então, o proprietário travou uma verdadeira guerra para tirar o aterro de sua propriedade. Um dos seus últimos recursos, além de entrar com uma ação na Justiça, foi cercar o local, impedindo que as caçambas de lixo entrassem. No entanto, essa barreira não resistiu à truculência de um grupo de vereadores.
Essa semana, os edis, que defendem a permanência do lixão naquela área, mesmo tendo consciência de que é um terreno particular, ordenaram que as máquinas simplesmente derrubassem a cerca, favorecendo novamente a entrada dos caminhões de entulho. Isso mesmo depois da decisão da Justiça, que proibiu a prefeitura de continuar usando o campo do lixão. Durante esses dias, a cidade chegou a ficar “abarrotada” de lixo, uma vez que a prefeitura não encontrou outra solução.
Curioso é que, em julho desse ano, o próprio município, governado atualmente por Lula Brandão, entrou com um Pedido de Urgência na Justiça, solicitando a manutenção de posse contra o proprietário do terreno. O governo alegou que já usava o local há mais de 30 anos e, por este motivo, tinha o direito de permanecer com a prática.
Perícia
E na manhã desta quarta-feira (21), essa “novela” da vida real ganhou um novo capítulo. A área onde fica o lixão foi submetida a uma perícia técnica, por conta dos estragos causados pelos tratores. Os peritos fizeram um levantamento no local. O resultado, segundo o proprietário Alessandro Rezende, deve ficar pronto entre 15 e 30 dias. “Esse laudo será anexado ao processo, pois eu vou entrar com uma ação por danos morais e materiais, invasão de propriedade e poluição de ambiente contra os vereadores e prefeitura”, adiantou o fazendeiro, em entrevista ao Verdinho.
Segundo Rezende, o juiz já tomou as medidas previstas pelo descumprimento judicial, uma vez que destruíram a cerca, invadindo a propriedade. Entre outras consequências por desobediência à decisão da Justiça, deve ser estabelecida uma multa a ser paga pelos vereadores e município. O lixão está fechado.
Agora, só nos restar aguardar pelos próximos capítulos dessa história.
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