Muitas especulações surgiram em torno da identidade dos foragidos, o que espalhou uma sensação de medo na população
Foram divulgados no final da tarde de hoje os nomes dos três fugitivos do Conjunto Penal de Itabuna. Thiago Gomes dos Santos, Marcos Vinícius da Silveira Valete e Daniel do Nascimento Bispo conseguiram burlar o sistema de segurança da unidade e ganharam as ruas na madrugada desta sexta-feira (16).
Segundo o capitão Adriano Jácomo, diretor do presídio, a fuga aconteceu por volta das 4h30min. Eles serraram as grades, passaram pela serpentina e, com a ajuda de uma “tereza” (corda feita de lençóis) escalaram os muros. Os planos de fuga, na verdade, envolviam cinco detentos. No entanto, dois deles foram capturados ainda dentro do pátio da unidade.
Logo após a descoberta da evasão, uma força tarefa foi montada em conjunto com a Polícia Militar. Até cães farejadores foram usados na ação, chamada pela polícia de “Confere”, cujo objetivo é verificar quantos presos fugiram, por meio de contagem e lista de presença. “Abrimos cela por cela e fazemos o chamamento”, detalhou o capitão Jácomo.
Em entrevista ao programa O Crime Não Compensa, da Rádio Difusora, o diretor do presídio garantiu que os fugitivos não são líderes da facção DMP, desmentindo, assim, todas as especulações. Dos detentos que conseguiram escapar, dois cumpriam pena provisória e um regime fechado. Um detalhe pode ter favorecido a fuga, acredita Jácomo, é o que os foragidos são muito magros, o que os ajudou, certamente, a passar pela serpentina. Até o fechamento dessa matéria, nenhum dos três fugitivos haviam sido capturados.
Em meio ao “rebuliço” com a fuga ocorrida durante a madrugada, um detento achou de desacatar um funcionário da unidade na vistoria das celas e teve que ser encaminhado para o Complexo Policial, onde foi ouvido e depois levado para o presídio novamente.
“Saidão de Páscoa”
Ainda na entrevista concedida ao repórteres Wadson Santos e Oziel Aragão, âncora de o Crime Não Compensa, Jácomo falou do “Saidão de Páscoa”, benefício concedido aos presos nesta época, para que eles visitem a família. O capitão esclareceu que, ao contrário do que muita gente pode pensar, não cabe à diretoria do presídio fazer a triagem de internos que serão beneficiados com a saída provisória.
Essa lista é feita pela Justiça, que avalia o comportamento e a situação dos detentos. O diretor explicou também que os 140 presos que saíram estão em regime semiaberto.
A superlotação dos presídios é uma realidade em todo o país e em Itabuna não é diferente. Há muitos anos, o Conjunto Penal da cidade enfrenta essa problemática. O local tem capacidade para 470 presos, mas atualmente está com mais 1200. Só de presos provisórios que aguardam julgamento são 300. A quem defenda que a construção de uma unidade destinada a esses detentos temporários seria uma das soluções para “desafogar” o sistema carcerário.
Ouça abaixo entrevista com o diretor Adriano Jácomo no programa o Crime não Compensa pela Rádio Difusora de Itabuna:
Ouça abaixo entrevista com o diretor Adriano Jácomo no programa o Crime não Compensa pela Rádio Difusora de Itabuna:
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