Cerca de 200 índios de Santa Cruz Cabrália, extremo sul da Bahia, fizeram uma manifestação pacífica, na manhã desta quinta-feira (1º), pelas ruas da aldeia de Coroa Vermelha para protestar contra a decisão da Justiça de demolir um monumento que é ponto turístico da cidade e que representa a primeira missa do Brasil, em 1500.
A Justiça Federal determinou que a prefeitura de Santa Cruz Cabrália faça a demolição do equipamento após um pedido do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Ipahn), que diz que as esculturas foram construídas, sem licença ambiental, numa Área de Preservação Permanente (APP).
O protesto desta quinta-feira contou ainda com a presença de estudantes de escolas públicas municipais e estaduais.
O monumento é formado por três conjuntos de esculturas, feitas com cimento e cerâmica, esculpidas pela artista plástica Bernadete Varela, a pedido da prefeitura de Santa Cruz Cabrália.
A intenção do executivo municipal em instalar o monumento no local foi fazer uma divisa entre a área indígena de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália, e o município de Porto Seguro.
A comunidade indígena da região diz que ficou surpresa com a decisão judicial, pois nenhuma liderança da aldeia foi ouvida.
Comerciantes da região também ficaram surpresos e com medo de perder clientes, caso o monumento seja demolido.
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